Histórico de Londres - Olimpiadas

BALANÇO DA OLIMPÍADA EM LONDRES

A bandeira olímpica já está nas mãos do Rio de Janeiro. A partir do momento que a pira olímpica foi apagada em Londres, no domingo, o Brasil agora corre contra o tempo para ter o fogo olímpico aceso e ser o dono de uma festa esportiva mundial daqui a quatro anos. A missão carioca agora é organizar com qualidade os Jogos. Para isso, vale a observação sobre que correu bem na Inglaterra, no que é possível se espelhar e o que não se deve repetir.
Depois de 19 dias de competições em Londres-2012, o ESPN.com.br preparou um balanço da Olimpíada citando os pontos principais que podem servir de aprendizado para o Rio-2016. Londres passou no teste e teve saldo positivo na questão da segurança, transporte, arenas dos jogos, atmosfera e comportamento do público. A parte negativa ficou para o sistema de compra e distribuição dos ingressos. 

Segurança - POSITIVO - Londres é uma cidade segura, daquelas que se pode andar tranquilamente nas ruas durante a noite sem preocupações. O único temor da capital britânica é quanto ao terrorismo. Em 2005, um dia depois da escolha de Londres como sede olímpica, 52 pessoas morreram após bombas explodirem em três linhas de metrô e em um ônibus. O ataque abalou a cidade, deixou um clima de insegurança, mudou hábitos e teve como uma das consequências o assassinato do inocente brasileiro Jean Charles, em uma perseguição errada de policiais a terroristas.
Sete anos depois, apesar do imprevisto com a empresa contratada para fazer a segurança dos Jogos, que às vésperas da competição avisou que não teria o número de funcionários suficientes, não houve problemas. Soldados do exército foram chamados para ajudar no esquema de segurança, havia muitos policiais nas ruas. Na entrada das arenas esportivas existia uma rigorosa revista, com detectores de metal e raio-x. Nos arredores do Parque Olímpico, policiais vigiavam e abordavam qualquer pessoa com atitude suspeita. Em geral, a sensação de turistas, moradores e torcedores foi de tranquilidade.

Transporte - POSITIVO - O sistema de transportes de Londres cobre praticamente a cidade inteira. São 270 estações de metrô, 11 linhas e 402 quilômetros de trilhos, além de ônibus 24 horas e das linhas de trem. Todos os locais de competição eram de fácil acesso. A preocupação era quanto à superlotação de algumas estações, mas no final o saldo foi positivo.
Nos horários de pico, alguns locais ficaram bastante cheios. A estação de Stratford, ao lado do Parque Olímpico, recebeu milhares de torcedores e ficou lotada em vários momentos. No entanto, funcionários organizaram as filas e ajudaram na circulação das pessoas. Não houve caos. As reformas feitas para a Olimpíada e os pedidos das autoridades para que os moradores evitassem certas estações deram resultado.
Nas ruas, o já complicado trânsito da capital britânica pouco piorou neste período. Até porque, as pessoas sempre usavam o transporte público para se locomoverem até as arenas. Arenas de competição - POSITIVO - O novíssimo e sustentável Parque Olímpico foi o ponto alto dos locais de competição. Abrigando o estádio Olímpico, o parque aquático, o velódromo, a pista de BMX e os ginásios de basquete, handebol e hóquei sobre a grama, além de praça de alimentação, atrações de entretenimento e uma ampla área verde, o parque foi uma ótima opção de lazer mesmo para quem não tinha ingresso para os eventos (mas era necessário um bilhete só para entrar no parque). Construído para os Jogos, o local passará por uma transformação ficará como legado para a população local. Algumas arenas, como a de basquete, são provisórias e serão desmontadas.
Atmosfera e comportamento do público - POSITIVO - A mistura de nacionalidade e culturas que já ocorre no dia a dia de Londres foi ainda mais acentuada durante a Olimpíada-2012. Pessoas dos mais diferentes países do mundo convieram em paz e harmonia nas arenas, nas ruas e nos parque, se confraternizando e fazendo festa sem confusões.
Vale destacar também a simpatia e a boa vontade dos voluntários britânicos, que pareciam orgulhosos em representar e passar uma boa imagem do país, sempre dispostos a ajudar os estrangeiros. A tradicional rigidez britânica, claro, foi observada em alguns momentos, já que algumas atitudes não são toleradas na Inglaterra. Para eles, as regras estipuladas precisam ser cumpridas, e qualquer desvio pode gerar um desentendimento. Mas, no geral, não houve grandes problemas quanto a isso. Ingressos - NEGATIVO - O sistema de venda e distribuição dos ingressos foi o grande ponto negativo da Olimpíada de Londres. Diversas arenas esportivas ficaram com lugares vazios, mesmo em jogos importantes. Apesar da comercialização dos bilhetes pela internet ter começado com boa antecedência, nem todos tiveram a oportunidade de comprar. Mesmo sem os ginásios estarem lotados, os torcedores não conseguiam comprar mais ingressos.
O Comitê Organizador Local (Locog) minimizou o problema e explicou que os lugares vazios eram culpa dos patrocinadores e autoridades, que não usaram os ingressos a que tinham direito. Para tentar contornar a situação, durante a competição foram vendidas algumas entradas no Parque Olímpico por 5 libras (16 reais), os chamados ingressos "recicláveis", de pessoas que não utilizaram. Soldados e professores também foram chamados para assistir aos jogos e ocupar os lugares nas arquibancadas.