terça-feira, 3 de julho de 2012

Economia Verde


RIO + 20

O tema da economia verde no centro das discussões da Rio+20 mostra que as empresas deixaram de ser vistas como meras causadoras de danos ambientais e passam a ser reconhecidas como parte da solução dessas questões. Além disso, mostra um amadurecimento no que diz respeito à consideração dos aspectos econômico e social no conceito da sustentabilidade(o que é sustentabilidade). Não há como ter uma economia verde sem o envolvimento empresarial. Qualquer empresa deve se perguntar como pode contribuir para a evolução do desenvolvimento sustentável, por meio do seu negócio. “A resposta a essa pergunta motiva reflexões e ações que podem trazer oportunidades de negócios, seja na forma de redução de custos, seja na ampliação do portfólio de produtos”.
"Abaixo o controle e a cooptação empresarial das Nações Unidas" é o título de uma declaração conjunta da sociedade civil que circula nestes dias pela Internet.
O texto adverte que cada vez é mais comum políticas aprovadas pela ONU não responderem necessariamente ao interesse público, senão aos comerciais de determinadas empresas ou setores empresariais.

As organizações que assinam o documento pedem que na Rio+20 se ponha ponto final "às associações duvidosas entre a ONU e as empresas e o acesso privilegiado que se concede ao setor empresarial".

O que buscam é o lucro a partir das crises que afetam milhões de pessoas sem resolver os problemas e fazendo crescer seu poder sobre a terra, os recursos e a vida das pessoas.

Crise global deve atrasar desenvolvimento da economia verde
Para economistas, a escassez de recursos vai dificultar adoção de tecnologias limpas que ainda são pouco competitivas.
                                                     Foto: PARQUE EÓLICO

“Neste momento, o maior desafio é encontrar um volume de frentes de investimento efetivas que permitam reorientar a atividade econômica em busca de sustentabilidade. O professor Carlos Frederico revela estar pessimista quanto aos resultados da Rio+20 para a economia verde. Para ele, está claro que os governos dificilmente irão cumprir os compromissos assumidos durante a conferência, a exemplo do que ocorreu há 20 anos. Há expectativas menores para Rio+20 porque cada país tem preocupação maior com suas economias do que com o planeta.
Um pouco mais otimista, Carlos Rossin, acredita que, a despeito da crise global, é possível traçar um caminho rumo ao desenvolvimento da economia verde.
Entenda o que é economia verde
A economia verde pressupõe a gestão eficiente de recursos naturais. Em outras palavras, o que se espera de uma economia sustentável é que ela consiga fazer mais com menos. Para tanto, o que se defende é uma transformação de cestas de produtos e métodos de produção, que devem utilizar formas limpas de energia, gerar menos poluição e reduzir a utilização de recursos não-renováveis, entre outras metas.
O aumento em produtividade significa fazer uma transição para um modelo de "crescimento verde", em vez de simplesmente reduzir emissões de gases de efeito estufa. "O que temos que fazer é mudar o modo de produção de um modelo extensivo, como se os recursos fossem infinitos.
Agricultura é chave para enfrentar necessidade de água e energia
A agricultura é a chave para enfrentar as necessidades futuras de água e energia, mas é preciso planejamento integral e maior atenção aos pequenos produtores. A FAO calcula que para alimentar a população mundial que irá alcançar 9 bilhões de pessoas em 2050, a produção mundial deve aumentar em 70%. A demanda global de energia vai aumentar 36% até 2035 e a concorrência pela água entre a agricultura, as cidades e a indústria vai se intensificar. "Chegou a hora de parar de tratar os alimentos, a água e a energia como questões separadas e enfrentar o desafio de equilibrar de forma inteligente as necessidades destes três setores, aproveitando as sinergias e buscando oportunidades para reduzir o uso da água, ao invés de competir por ela". Segundo a organização da ONU, enquanto a bioenergia oferece uma fonte potencial de energia limpa, a produção de culturas para bicombustíveis deve ser feita de forma que estimule o crescimento rural e ofereça oportunidades de emprego aos pequenos produtores rurais, ao mesmo tempo em que minimize o impacto ao meio ambiente. Para economista indiano, economia verde deve levar em consideração novos padrões de consumo.
São Paulo – Pavan Sukhdev, economista, afirma que somos escravos de um ciclo. Ele questiona a curta duração dos produtos, tendo em vista a possibilidade de que eles durem inúmeras vezes mais. "Por que produtos que poderiam durar 2 anos duram 3 meses? Só porque os fabricantes querem. Por que os carros não podem durar 20 anos?", indaga Pavan.
Deveria existir a consciência de consumidores sustentáveis, a exemplo do carro: hoje 1 tonelada e meia carrega aproximadamente 70 quilos.

O verde da Amazônia é indiscutível em qualquer lugar do mundo, consolidou-se na mancha verdejante da floresta colorindo mapas e abrigando organizações não governamentais de diferentes bandeiras e finalidades. Esse verde inicialmente era apenas cor; foi confundido no passado como a fonte planetária de oxigênio e equivocadamente apelidaram a região de “pulmão do mundo”; em seguida aceitou as vestes da sustentabilidade necessária à perpetuação da espécie humana na Terra. E assim, as práticas tímidas de sistemas produtivos tendentes a resultar em desenvolvimento sustentável foram se incorporando à monitoração das mudanças climáticas, ao controle do buraco de Ozônio e à contabilização dos níveis de emissão de Gases de Efeito Estufa. Mas o verde ultrapassou todas essas fronteiras e passou a adjetivar a ciência que rege o progresso social e político dos povos; agora, é a economia verde a nova regente universal da energia renovada em busca da perpetuação da espécie humana em conjunto com a natureza. A Amazônia, porém, é genuinamente sustentável por natureza, entendendo-se esta como a reunião de gente e todas as entidades naturais integrantes da ecologia. Nessa verdejança econômica, a microeconomia do Amazonas pode revitalizar-se através da revelação de uma das suas maiores potencialidades, desde a segunda década do século XX, a cultura da juta; e também da cultura da malva, a partir da década de 70 do mesmo século. Ambas as culturas têm incorporadas as três pilastras da economia verde: baixo carbono, uso racional dos recursos naturais e socialmente inclusiva. Daí, a microeconomia verde do Amazonas tem na malva e na juta a possibilidade de apresentar à Amazônia, ao Brasil e ao mundo um modelo de sucesso naturalmente consolidado no Estado do Amazonas. No Brasil, a produção de malva e juta nos estados do Amazonas e do Pará é responsável por mais de 70% da matéria prima da indústria de fios e de embalagens de fibras naturais. Os outros 30% demandados pelo país são atendidos por embalagens de fibras naturais importadas da Índia e de Bangladesh, cujos preços de venda no Brasil apresentam-se mais baratos do que os preços de venda dos mesmos produtos fabricados no Brasil.
No Amazonas, o Governo Estadual incentiva a cultura de malva e juta através da aquisição de sementes para apoiar malvicultores e juticultores. Os municípios produtores de malva e juta no Estado do Amazonas são: ANAMÃ, ANORI, BERURI, CODAJÁS, COARI, CAREIRO DA VÁRZEA, CAAPIRANGA, ITACOATIARA, IRANDUBA, MANAQUIRI, MANACAPURU e PARINTINS. De acordo com dados da SEPROR-AM, a produção total de juta e malva no Amazonas, no período de 2004 a 2010 foi de 43.298.411 kg o valor total pago de subsídios para a cadeia produtiva de juta e malva foi de R$ 8.626.678,58. Atualmente (2012), 4.500 famílias são beneficiadas pelo Programa de Fibras do Estado do Amazonas; a área total plantada é de 12.380 hectares; o Estado distribuiu 186.810 kg de sementes de malva e juta para os agricultores.
A malva e a juta como representantes da microeconomia verde do Amazonas possuem as seguintes características: emissão de baixo carbono; uso racional de recursos naturais, pois a malva utiliza região de várzea e a juta a terra firme, sem a utilização de agentes químicos; intensiva de mão de obra e apropriada para a criação de cooperativas. Esses são os mesmos pilares da economia verde.

A cultura de Malva e Juta agrega malvicultores e juticultores em áreas nem sempre vantajosas para o estabelecimento de condições apropriadas de trabalho no campo. Muitos desse agricultores podem permanecer quatro a seis horas com a maior parte do corpo imerso em água, enquanto trabalham na cultura da juta. O produto final da cultura da malva e da juta é a fibra extraída da casca dessas plantas. A ciência econômica é conceituada por muitos como a ciência que estuda a escassez dos recursos, para melhor alocação e combinação dos mesmos a fim de produzir, comercializar, distribuir e consumir adequadamente, em busca da satisfação das necessidades humanas. É preciso não esquecer, no entanto, que na Amazônia, os problemas econômicos fundamentais, baseados na escassez, que provocam as interrogações: O que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Onde produzir? Quando produzir? E Como produzir? não representam o grande mote para a construção do progresso e do desenvolvimento. Na Amazônia, os problemas econômicos fundamentais estão baseados na abundância: O que fazer com tanta biodiversidade? Como utilizar toda essa água? Como transformar a Floresta em Pé em riqueza para as populações amazônicas? Quando mostrar para o Brasil que a Amazônia tem mais área territorial do que o resto do País? O que fazer com toda essa beleza cênica naturalmente herdada? A necessidade da Amazônia é transformar a abundância natural dos seus recursos em vagas de trabalho, renda, melhores condições de trabalho, esporte e lazer, avanço tecnológico, inovação, qualidade de vida, mobilidade rural e urbana, navegabilidade segura e, principalmente, educação e saúde apropriadas para seres humanos que têm futuro para construir e viver. O conceito de Economia Verde visa expressar de forma mais concreta as intenções e objetivos gerais do termo Desenvolvimento Sustentável por meio de conjunto de iniciativas, políticas, e projetos de transformação das economias. Assim, a economia verde é aquela que resulta "em melhor qualidade de vida humana e equidade social, além da redução de riscos ambientais e escassez ecológica, ou seja, é uma economia que pode ser entendida como de "baixa emissão de carbono, uso eficiente dos recursos e inclusão social" (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA).

Do ponto de vista prático, explica-se no sítio oficial do evento, a Economia Verde é aquela cujo crescimento de receitas e empregos “é conduzido por investimentos públicos e privados que reduzem as emissões de carbono e a poluição, que aumentam a eficiência dos recursos e da energia e evitam a perda da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas”. Esses investimentos “devem ser apoiados por reformas de políticas, alterações nos regulamentos e legislações e direccionamento de despesas públicas”.

Professora: Wenda

Nenhum comentário:

Postar um comentário