Alfredo Wagner, abril
de 2014
Escola de Educação
Básica Silva Jardim
Professora: Caroline
Pereira
1º Ano Ensino Médio
Inovador
O surgimento da
internet
A internet surgiu a partir de pesquisas
militares nos períodos áureos da Guerra Fria. Na década de 1960, quando dois
blocos ideológicos e politicamente antagônicos exerciam enorme controle e
influência no mundo, qualquer mecanismo, qualquer inovação, qualquer ferramenta
nova poderia contribuir nessa disputa liderada pela União Soviética e pelos
Estados Unidos: as duas superpotências compreendiam a eficácia e necessidade
absoluta dos meios de comunicação. Nessa perspectiva, o governo dos Estados
Unidos temia um ataque russo às bases militares. Um ataque poderia trazer a
público informações sigilosas, tornando os EUA vulneráveis. Então foi
idealizado um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse
a descentralização das mesmas. Assim, se o Pentágono fosse atingido, as
informações armazenadas ali não estariam perdidas. Era preciso, portanto, criar
uma rede, a ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects
Agency. Em 1962, J. C. R. Licklider, do Instituto Tecnológico de Massachusetts
(MIT), já falava em termos da criação de uma Rede Intergalática de Computadores
(Intergalactic Computer Network, em inglês).
O começo
A ARPANET funcionava através de um
sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um sistema de transmissão
de dados em rede de computadores no qual as informações são divididas em
pequenos pacotes, que por sua vez contém trecho dos dados, o endereço do
destinatário e informações que permitiam a remontagem da mensagem original. O
ataque inimigo nunca aconteceu, mas o que o Departamento de Defesa dos Estados
Unidos não sabia era que dava início ao maior fenômeno midiático do século 20',
único meio de comunicação que em apenas 4 anos conseguiria atingir cerca de 50
milhões de pessoas.
Em
29 de Outubro de 1969 ocorreu a transmissão do que pode ser considerado o
primeiro E-mail da história. O texto desse primeiro e-mail seria
"LOGIN", conforme desejava o Professor Leonard Kleinrock da
Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mas o computador no Stanford
Research Institute, que recebia a mensagem, parou de funcionar após receber a
letra "O".
Já
na década de 1970, a tensão entre URSS e EUA diminui. As duas potências entram
definitivamente naquilo em que a história se encarregou de chamar de Coexistência
Pacífica. Não havendo mais a iminência de um ataque imediato, o governo dos EUA
permitiu que pesquisadores que desenvolvessem, nas suas respectivas
universidades, estudos na área de defesa pudessem também entrar na ARPANET. Com
isso, a ARPANET começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema,
devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas
nela. . Em 1971, surgiu o modelo experimental do e-mail (o seu primeiro
software veio em 1972), ampliando a utilidade da Rede. Já em 1973, foram
criadas as primeiras conexões internacionais, interligando computadores na
Inglaterra e na Noruega.
O resto da década de 70 foi marcado pelo
crescimento da Rede, por onde circularam mensagens enviadas até mesmo pela
Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Também surgiram outras redes paralelas que
posteriormente viriam a se unir à ARPANET. Essa união não significava em todos
os casos o desaparecimento de alguma dessas redes, pois uma das premissas da
ARPANET era de que ela fosse capaz de comunicar se com qualquer computador e/ou
rede que houvesse. Essa premissa se mantém até hoje.
Jovens
da contracultura, ideologicamente engajados em uma utopia de difusão da
informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é
conhecida. Um sistema técnico denominado Protocolo de Internet (Internet
Protocol) permitia que o tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede
para outra. Todas as redes conectadas pelo endereço IP na Internet comunicam-se
para que todas possam trocar mensagens. Em 1985, surgiram os primeiros domínios
(.edu, .org e .gov), logo após à criação deste conceito. Também nessa época,
começou a ser usado o nome INTERNET para se referir ao conjunto de redes
liderado pela ARPANET. Depois da cisão com a parte militar e o uso já comum do
termo INTERNET, a ARPANET se esvaziou e deixou de existir oficialmente em 1990.
O cientista Tim Berners-Lee, do CERN,
criou a World Wide Web em 1992.
A empresa norte-americana Netscape criou
o protocolo HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure), possibilitando o envio
de dados criptografados para transações comercias pela internet.
Por
fim, vale destacar que já em 1992, o então senador Al Gore, já falava na
Superhighway of Information. Essa "super-estrada da informação" tinha
como unidade básica de funcionamento a troca, compartilhamento e fluxo contínuo
de informações pelos quatro cantos do mundo através de uma rede mundial, a Internet.
O que se pode notar é que o interesse mundial aliado ao interesse comercial,
que evidentemente observava o potencial financeiro e rentável daquela
"novidade", proporcionou o boom (explosão) e a popularização da
Internet na década de 1990. Até 2003, cerca de mais de 600 milhões de pessoas
estavam conectadas à rede. Segundo a Internet World Estatistics, em junho de
2007 este número se aproxima de 1 bilhão e 234 milhões de usuários.
A internet no Brasil
No Brasil, os primeiros embriões de rede
surgiram em 1988 e ligavam universidades do Brasil a instituições nos Estados
Unidos. No mesmo ano, o Ibase começou a testar o Alternex, o primeiro serviço
brasileiro de Internet não-acadêmica e não-governamental. Inicialmente o
AlterNex era restrito aos membros do Ibase e associados e só em 1992 foi aberto
ao público.
Em 1989, o Ministério da Ciência e
Tecnologia lança um projeto pioneiro, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP). Existente ainda hoje, a RNP é uma organização de interesse público cuja
principal missão é operar uma rede acadêmica de alcance nacional. Quando foi
lançada, a organização tinha o objetivo de capacitar recursos humanos de alta
tecnologia e difundir a tecnologia Internet através da implantação do primeiro
backbone nacional.
O backbone funciona como uma espinha
dorsal, é a infra-estrutura que conecta todos os pontos de uma rede. O primeiro
backbone brasileiro foi inaugurado em 1991, destinado exclusivamente à
comunidade acadêmica. Mais tarde, em 1995, o governo resolveu abrir o backbone
e fornecer conectividade a provedores de acesso comerciais. A partir dessa
decisão, surgiu uma discussão sobre o papel da RNP como uma rede estritamente
acadêmica com acesso livre para acadêmicos e taxada para todos dos outros
consumidores. Com o crescimento da Internet comercial, a RNP voltou novamente a
atenção para a comunidade científica.
A partir de 1997, iniciou-se uma nova
fase na Internet brasileira. O aumento de acessos a rede e a necessidade de uma
infraestrutura mais veloz e segura levou a investimentos em novas tecnologias.
Entretanto, devido a carência de uma infraestrutura de fibra óptica que
cobrisse todo o território nacional, primeiramente, optou-se pela criação de
redes locais de alta velocidade, aproveitando a estrutura de algumas regiões
metropolitanas. Como parte desses investimentos, em 2000, foi implantado o
backbone RNP2 com o objetivo de interligar todo o país em uma rede de alta
tecnologia. Atualmente, o RNP2 conecta os 27 estados brasileiros e interliga
mais de 300 instituições de ensino superior e de pesquisa no país, como o
INMETRO e suas sedes regionais.
Outro avanço alcançado pela RNP ocorreu
em 2002. Nesse ano, o então presidente da república transformou a RNP em uma
organização social. Com isso ela passa a ter maior autonomia administrativa para
executar as tarefas e o poder público ganha meios de controle mais eficazes
para avaliar e cobrar os resultados. Como objetivos dessa transformação estão o
fornecimento de serviços de infra-estrutura de redes IP avançadas, a
implantação e a avaliação de novas tecnologias de rede, a disseminação dessas
tecnologias e a capacitação de recursos humanos na área de segurança de redes,
gerência e roteamento.
A partir de 2005, a comunicação entre os
point of presence (PoPs) da rede começou a ser ampliada com o uso de tecnologia
óptica, o que elevou a capacidade de operação a 11 Gbps.
A base instalada de computadores no
Brasil atinge 40 milhões, de acordo com pesquisa da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. O número, que inclui
computadores em empresas e residencias, representa um crescimento de 25% sobre
a base registrada no mesmo período do ano passado.
A Rede no Brasil
atualmente
O comércio eletrônico no Brasil
movimentou 13,60 bilhões de dólares em 2010, de acordo com pesquisa da Escola
de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. Para os
internautas residenciais, a média de tempo online durante o mês de junho foi de
24 horas e 42 minutos, maior que em outros países como França (19 horas e 34
minutos), Estados Unidos (10 horas e 5 minutos) e Austrália e Japão (ambos com
7 horas e 55 segundos). A utilização da internet no Brasil foi de 73 milhões de
pessoas a partir de 16 anos e 80 milhões a partir dos 20 anos; de acordo com o
IAB (Interactive Advertising Bureau). Segundo dados do Ministério da Ciência e
Tecnologia, são 60 milhões de computadores em uso, destes estima-se que 80,7%
com acesso à internet em 2011.
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