Na primeira etapa o tema “Tecnologia Verde
e a Sustentabilidade” foi exposto aos alunos. Tecnologia Verde era um conceito
novo para eles, embora já tivessem ouvido falar em sustentabilidade. A aula
iniciou-se com a apresentação de uma série de slides onde a princípio a
tecnologia é colocada como vilã, por ter em sua produção uma das maiores fontes
de poluição do planeta, por causa do lixo eletrônico e por vivermos na era do
consumismo e do imediatismo, onde uma boa parcela da população nunca está
satisfeita se não possuir o último modelo do celular da moda, por exemplo. Após
isso foi repassado o conceito de sustentabilidade e aberto para debate, onde os
alunos puderam expor de que maneira faziam uso da sustentabilidade em suas
casas ou como estavam fazendo coisas que eram absolutamente opostas a esse
conceito. Finalmente mostrou-se como a tecnologia poderia ser usada a favor do
meio ambiente, a chamada tecnologia verde e, como tirar proveito de todas a
inovações tecnológicas para acarretar benefícios a nossa vida e ao meio
ambiente. Além disso debatemos sobre desperdício de energia e água, sobre
fontes de energia renováveis – entre elas a solar, eólica e piezoeléctrica –
sobre o selo verde entre outros temas. A seguir uma série de inovações
tecnológicas que têm como intuito a sustentabilidade e a Tecnologia Verde, foram
expostas aos alunos e a cada invenção discutiu-se seus benefícios, onde poderia
ser usada, quais problemas solucionaria, como poderia ser aplicada em nossa
realidade. Os alunos se impressionaram com alguns dados apresentados, como por
exemplo, o quanto desperdiçamos de água todos os dias, os danos que as pilhas
descartadas no meio ambiente podem acarretar a nossa vida ou até mesmo a grande
economia de eletricidade que o mundo teria se o fundo do google fosse preto ao
invés de branco.
Na segunda fase do projeto tivemos a
criação, em dupla, de “protótipos”; nome dado ao trabalho que deveria ser
integre em folha A4 ou\e em forma de maquete onde os alunos criariam uma
inovação tecnológica ou sugestões de inventos que ajudariam a levar uma vida
mais sustentável. O protótipo deveria explicar os benefícios da invenção, onde
seria usada e de que forma seria construída, sem se ater aos gastos, imaginando
que qualquer inovação se tornaria possível. A ideia foi estimular a
criatividade dos alunos e instigá-los a pesquisar sobre formas de usar a
tecnologia em benefício da sustentabilidade. As ideias foram muitas... desde
pistas de dança que usavam de piezoeletricidade, manuais para diminuir o
desperdício de água, até motos movidas pelo ar. Os alunos criaram as ideias a
partir do que aprenderam com os slides da aula de introdução. Posteriormente
alguns alunos perceberam que já existiam ideias semelhante as suas na internet,
e tomaram isso como sinal de aprovação. Alguns alunos descreveram inovações ou
formas de estimular a sustentabilidade que já utilizavam em casa. Na folha do
protótipo os alunos deveriam também expor uma imagem – em forma de desenho – de
sua invenção.
Um dos alunos, preocupado com todos os
problemas que as pilhas que não são descartadas corretamente provocam à saúde
humana e ao meio ambiente criou uma campanha de coleta de pilhas na escola. Seu
intuito era dar um fim adequado a essas pilhas e baterias que na maioria das
vezes acaba no lixo comum. A Coleta de pilhas, terceira etapa do projeto,
aconteceu em paralelo as outras etapas e foi um sucesso. Ao final da campanha
quase mil pilhas foram contabilizadas e receberam um descarte correto. O
principal objetivo do aluno era evitar que as substâncias químicas existentes
nesses produtos viessem a contaminar as nascentes que se contam as centenas em
nosso município.
Na quarta etapa foi a hora de expor os
protótipos para a turma, estimulando assim a oralidade dos alunos. Como o tema
havia sido amplamente debatido os alunos se sentiram seguros para realizar a apresentação,
respondendo inclusive a indagações feitas pelos colegas, que buscavam entender
melhor os benefícios oferecidos por determinados protótipos. Os alunos tiveram
liberdade para criar suas maquetes em casa e essa também foi uma etapa onde os
alunos mostraram sua criatividade, muitas duplas inclusive, fazendo uso da
sustentabilidade na criação de suas maquetes, usando os materiais que tinham
disponíveis em casa como: papelão, peças de brinquedos velhos e realizando
montagem com imagens de revistas. As maquetes também foram expostas nessa fase
e algumas experiências foram realizadas pelos alunos que estavam expondo seu
trabalho em busca de demonstrar a eficiência de seus protótipos, como por
exemplo a reutilização da água da chuva quando cai do telhado.
Durante o desenvolvimento do projeto muito
se falou sobre formas de energia renováveis, que têm como o principal
representante a luz solar. Para demonstrar um pouco do potencial dessa fonte de
energia, na quinta etapa de nosso projeto, com a ajuda de um professor de
matemática, construímos um fogão solar e demonstramos aos alunos como essa
invenção pode ser usada e como a energia solar ainda é pouco aproveitada em
nossas vidas. Para testar nossa experiência usamos nosso fogão solar para
fritar um ovo e os alunos ficaram impressionados com o resultado. Eles
aprenderam que embora em nossa realidade – no sul do Brasil, com clima muito
frio – o fogão não pareça muito útil – o fogão demorou cerca de 25 minutos para
fritar um ovo - em outros pontos do Brasil, como no Nordeste, ele vem sendo
muito utilizado por comunidades carentes que tomando proveito dos dias quentes
de verão com sol abundante constroem grandes fogões solares na rua e lá
cozinham suas refeições, economizando assim o dinheiro que gastariam comprando
lenha ou gás de cozinha.
Na sexta fase do projeto foi hora de
colocar novamente “a mão na massa”. Fazendo uso de uma maquete de nossa escola
criamos uma escola sustentável usando as propostas dos protótipos que os alunos
criaram na etapa dois do projeto. Muitas ideias foram aproveitadas como por
exemplo: Placas para captação de energia solar; Piezoeletriciadade com a
instalação de placas piezoelétricas no hall de entrada da escola; Coleta
seletiva do lixo; Reutilização da água da chuva—coletando a água que cai do
telhado em dias de chuva e a utilizando depois para lavar o pátio e a calçada;
Campanha permanente de coleta de pilhas usadas; Termo aquecimento da água com
sistema feito com garrafas PET para ser utilizada na cozinha; Reutilização da
água da pia do banheiro—na descarga; Manta térmica com grama no teto da sala de
vídeo e revestimento das paredes com caixas de leite, para não ter necessidade
de ar condicionado; Horta orgânica; Coleta de óleo de cozinha usado, para ser
utilizado nos transportes escolares; Aplicação do manual da sustentabilidade do
uso da água, entre outras ideias que tornariam nossa escola autossuficiente em
energia elétrica, reduziriam em muitas vezes o seu consumo de água e ainda
poderia demonstrar aos alunos conceitos de sustentabilidade que seriam muito úteis
em suas casas. Segundo o aluno Marcelo 6º ano 4 “o que a gente aprende na
escola faz em casa né professora?”.
A sétima e última etapa de nosso projeto
foi juntar todas as etapas anteriores em um único local, uma revista, criada a
partir dos protótipos, das experiências, dos debates e pesquisas. A revista foi
diagramada na ferramenta Publisher e as turmas divididas em duas equipes
deveriam além de montar a revista impressa em papel A4 e colada em revistas
antigas – fazendo uso dos conceitos de sustentabilidade - customizar sua capa e
seu interior, criar uma página com matéria especial e com ajuda da professora
“diagramá-la”. A matéria deveria ser uma síntese de tudo o que foi trabalhado
ao longo do projeto. O resultado foi excelente, os alunos demonstraram
envolvimento e interesse pelos temas abordados, bem como responsabilidade,
empenho e compromisso na realização desta e das atividades anteriores. A
revista teve como nome “Verde Mais”, este escolhido pelos próprios alunos.
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