terça-feira, 15 de setembro de 2015

Tecnologia Verde e Sustentabilidade

Na primeira etapa o tema “Tecnologia Verde e a Sustentabilidade” foi exposto aos alunos. Tecnologia Verde era um conceito novo para eles, embora já tivessem ouvido falar em sustentabilidade. A aula iniciou-se com a apresentação de uma série de slides onde a princípio a tecnologia é colocada como vilã, por ter em sua produção uma das maiores fontes de poluição do planeta, por causa do lixo eletrônico e por vivermos na era do consumismo e do imediatismo, onde uma boa parcela da população nunca está satisfeita se não possuir o último modelo do celular da moda, por exemplo. Após isso foi repassado o conceito de sustentabilidade e aberto para debate, onde os alunos puderam expor de que maneira faziam uso da sustentabilidade em suas casas ou como estavam fazendo coisas que eram absolutamente opostas a esse conceito. Finalmente mostrou-se como a tecnologia poderia ser usada a favor do meio ambiente, a chamada tecnologia verde e, como tirar proveito de todas a inovações tecnológicas para acarretar benefícios a nossa vida e ao meio ambiente. Além disso debatemos sobre desperdício de energia e água, sobre fontes de energia renováveis – entre elas a solar, eólica e piezoeléctrica – sobre o selo verde entre outros temas. A seguir uma série de inovações tecnológicas que têm como intuito a sustentabilidade e a Tecnologia Verde, foram expostas aos alunos e a cada invenção discutiu-se seus benefícios, onde poderia ser usada, quais problemas solucionaria, como poderia ser aplicada em nossa realidade. Os alunos se impressionaram com alguns dados apresentados, como por exemplo, o quanto desperdiçamos de água todos os dias, os danos que as pilhas descartadas no meio ambiente podem acarretar a nossa vida ou até mesmo a grande economia de eletricidade que o mundo teria se o fundo do google fosse preto ao invés de branco.
Na segunda fase do projeto tivemos a criação, em dupla, de “protótipos”; nome dado ao trabalho que deveria ser integre em folha A4 ou\e em forma de maquete onde os alunos criariam uma inovação tecnológica ou sugestões de inventos que ajudariam a levar uma vida mais sustentável. O protótipo deveria explicar os benefícios da invenção, onde seria usada e de que forma seria construída, sem se ater aos gastos, imaginando que qualquer inovação se tornaria possível. A ideia foi estimular a criatividade dos alunos e instigá-los a pesquisar sobre formas de usar a tecnologia em benefício da sustentabilidade. As ideias foram muitas... desde pistas de dança que usavam de piezoeletricidade, manuais para diminuir o desperdício de água, até motos movidas pelo ar. Os alunos criaram as ideias a partir do que aprenderam com os slides da aula de introdução. Posteriormente alguns alunos perceberam que já existiam ideias semelhante as suas na internet, e tomaram isso como sinal de aprovação. Alguns alunos descreveram inovações ou formas de estimular a sustentabilidade que já utilizavam em casa. Na folha do protótipo os alunos deveriam também expor uma imagem – em forma de desenho – de sua invenção. 
Um dos alunos, preocupado com todos os problemas que as pilhas que não são descartadas corretamente provocam à saúde humana e ao meio ambiente criou uma campanha de coleta de pilhas na escola. Seu intuito era dar um fim adequado a essas pilhas e baterias que na maioria das vezes acaba no lixo comum. A Coleta de pilhas, terceira etapa do projeto, aconteceu em paralelo as outras etapas e foi um sucesso. Ao final da campanha quase mil pilhas foram contabilizadas e receberam um descarte correto. O principal objetivo do aluno era evitar que as substâncias químicas existentes nesses produtos viessem a contaminar as nascentes que se contam as centenas em nosso município.
Na quarta etapa foi a hora de expor os protótipos para a turma, estimulando assim a oralidade dos alunos. Como o tema havia sido amplamente debatido os alunos se sentiram seguros para realizar a apresentação, respondendo inclusive a indagações feitas pelos colegas, que buscavam entender melhor os benefícios oferecidos por determinados protótipos. Os alunos tiveram liberdade para criar suas maquetes em casa e essa também foi uma etapa onde os alunos mostraram sua criatividade, muitas duplas inclusive, fazendo uso da sustentabilidade na criação de suas maquetes, usando os materiais que tinham disponíveis em casa como: papelão, peças de brinquedos velhos e realizando montagem com imagens de revistas. As maquetes também foram expostas nessa fase e algumas experiências foram realizadas pelos alunos que estavam expondo seu trabalho em busca de demonstrar a eficiência de seus protótipos, como por exemplo a reutilização da água da chuva quando cai do telhado.
Durante o desenvolvimento do projeto muito se falou sobre formas de energia renováveis, que têm como o principal representante a luz solar. Para demonstrar um pouco do potencial dessa fonte de energia, na quinta etapa de nosso projeto, com a ajuda de um professor de matemática, construímos um fogão solar e demonstramos aos alunos como essa invenção pode ser usada e como a energia solar ainda é pouco aproveitada em nossas vidas. Para testar nossa experiência usamos nosso fogão solar para fritar um ovo e os alunos ficaram impressionados com o resultado. Eles aprenderam que embora em nossa realidade – no sul do Brasil, com clima muito frio – o fogão não pareça muito útil – o fogão demorou cerca de 25 minutos para fritar um ovo - em outros pontos do Brasil, como no Nordeste, ele vem sendo muito utilizado por comunidades carentes que tomando proveito dos dias quentes de verão com sol abundante constroem grandes fogões solares na rua e lá cozinham suas refeições, economizando assim o dinheiro que gastariam comprando lenha ou gás de cozinha.
Na sexta fase do projeto foi hora de colocar novamente “a mão na massa”. Fazendo uso de uma maquete de nossa escola criamos uma escola sustentável usando as propostas dos protótipos que os alunos criaram na etapa dois do projeto. Muitas ideias foram aproveitadas como por exemplo: Placas para captação de energia solar; Piezoeletriciadade com a instalação de placas piezoelétricas no hall de entrada da escola; Coleta seletiva do lixo; Reutilização da água da chuva—coletando a água que cai do telhado em dias de chuva e a utilizando depois para lavar o pátio e a calçada; Campanha permanente de coleta de pilhas usadas; Termo aquecimento da água com sistema feito com garrafas PET para ser utilizada na cozinha; Reutilização da água da pia do banheiro—na descarga; Manta térmica com grama no teto da sala de vídeo e revestimento das paredes com caixas de leite, para não ter necessidade de ar condicionado; Horta orgânica; Coleta de óleo de cozinha usado, para ser utilizado nos transportes escolares; Aplicação do manual da sustentabilidade do uso da água, entre outras ideias que tornariam nossa escola autossuficiente em energia elétrica, reduziriam em muitas vezes o seu consumo de água e ainda poderia demonstrar aos alunos conceitos de sustentabilidade que seriam muito úteis em suas casas. Segundo o aluno Marcelo 6º ano 4 “o que a gente aprende na escola faz em casa né professora?”.

A sétima e última etapa de nosso projeto foi juntar todas as etapas anteriores em um único local, uma revista, criada a partir dos protótipos, das experiências, dos debates e pesquisas. A revista foi diagramada na ferramenta Publisher e as turmas divididas em duas equipes deveriam além de montar a revista impressa em papel A4 e colada em revistas antigas – fazendo uso dos conceitos de sustentabilidade - customizar sua capa e seu interior, criar uma página com matéria especial e com ajuda da professora “diagramá-la”. A matéria deveria ser uma síntese de tudo o que foi trabalhado ao longo do projeto. O resultado foi excelente, os alunos demonstraram envolvimento e interesse pelos temas abordados, bem como responsabilidade, empenho e compromisso na realização desta e das atividades anteriores. A revista teve como nome “Verde Mais”, este escolhido pelos próprios alunos. 


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