Nascido
na comunidade do Caeté e tendo vivido ali durantes seus 81 anos – “Eu nasci aqui e tô por aqui”. Seu
Leopoldo Schaffer nos recebe em sua casa para uma conversa sobre as riquezas de
sua comunidade. Relembramos o passado e conhecemos um pouco mais sobre o Caeté.
Segundo
o senhor Leopoldo os pioneiros na ocupação do Caeté foram três jovens, vindos
de Angelina, que se chamavam Bernardinho Branger, Jacob Neuhaus e Frederico
Neuhaus, ele conta com entusiasmo sobre onde eles estabeleceram moradia e que
os vestígios ainda podem ser encontrados em sua propriedade, pois uma taipa construída
pela família de um deles, ainda ali permanece resistindo ao tempo. O que também
resiste ao tempo são suas lembranças. Tanto de tempos de guerra quanto de sua
infância. Ele lembra das histórias contadas por seu pai sobre os tempos de
guerra. Após a derrota da Alemanha, imigrantes eram “xaropeados” com óleo
diesel em todos os lugares, até mesmo em Alfredo Wagner. Da infância ele lembra
de quando estava nas plantações de milho com o irmão e ambos ficavam batendo em
uma lata para espantar os chupins que teimavam em comer o trigo. “Trigo era um luxo, pão de trigo só no
Natal”.
Ele
relembra de tempos do passado, quando a vida era muito mais difícil e os
invernos eram muito mais rigorosos –
“Hoje não dá mais inverno”. Falou-nos sobre as grandes nevascas que caíram
sobre a região e de como era bonito ver a neve caindo feito pedaçinhos de
papel. Segundo seu Leopoldo/segundo Schaffer, uma nevasca que aconteceu na
década de 1950, chegou mesmo até a derrubar os galhos de alguns pinheiros
devido ao grande peso que a neve acumulava.
Suas
terras foram requeridas junto à companhia de colonização. Seu Leopoldo se
orgulha ao mencionar que “nenhum alemão
que veio pra cá, era bobo”, pois todos tinham suas profissões e trabalhavam
muito para se darem bem na nova terra. A origem de muitos sobrenomes alemães
tem relação com o nome de profissões. Por exemplo: May – quem trabalha com
laticínios; Schäfer – pastor de ovelhas; Schmitiz – ferreiro e Zimmermann –
carpinteiro.
“Vocês não sabem o que a gente passou”.
Assim seu Leopoldo alerta os alunos para que valorizem seu passado, pois muito
já foi feito pelas mãos de bravos imigrantes que trabalharam para colonizar
nossa terra. Ele lamenta a falta de interesse da juventude em manter o idioma
alemão presente em suas vidas, mas fica feliz em poder participar do projeto e
em conversar com nossos alunos, tendo assim a oportunidade de deixar uma parte
desse passado registrado em nossos cadernos”.
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