Nosso destino essa semana, no desenvolvimento do projeto “Conhecendo Alfredo Wagner” foi à comunidade de Lomba Alta. Antes da visita, realizamos um levantamento histórico e concluímos que: o início da comunidade de Lomba Alta data o ano de 1904, quando alguns tropeiros desviaram do caminho habitual entre o Desterro até a cidade de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages, se aproximando do morro do Trombudo (onde existia o marco que separava as províncias de Santa Catarina e São Paulo).
Como a vila ficava no caminho dos tropeiros, ela teve um desenvolvimento bastante considerável atraindo imigrantes e também pessoas de outros locais do estado, inclusive Alfredo Henrique Wagner, que veio de São Pedro de Alcântara e na Lomba Alta estabeleceu residência e trabalhou como sapateiro.
A vila contava com um comércio bastante desenvolvido no século passado: mercearias, fábricas, marcenarias, serrarias, sapatarias, hospedagens, etc. Para promover o lazer jogava-se futebol e existiam raias para corridas de cavalo. Era costume da vila, no passado, presentear os moços com uma carroça assim que eles completassem a maioridade.
Basicamente a colonização da vila foi feita por alemães. As primeiras famílias a residirem em Lomba Alta foram Althoff e Freiberg, muitos de seus descendentes ainda vivem na vila.
Em seus 108 anos, Lomba Alta se mostra parte importante da comunidade de Alfredo Wagner, devido ao acervo histórico que lá se encontra e também pela participação ativa na economia do município.
Vamos ao passeio? Saímos da escola às 08h30min e nos encaminhamos até a Pedra Branca, localidade onde a aluna Viviane (responsável pela visita) mora, ela nos aguardava com um café colonial, já em sua mesa. Saboreamos diversos tipos de bolos e podemos perceber a influencia alemã na culinária alfredense, levando em consideração que bolos como a Cuca (tão típica de nossa cidade) e também algumas “chimias” que compunham o cardápio, chegaram aqui com os imigrantes alemães.
Após o café, voltamos para ônibus e nos dirigimos até a Lomba Alta. Ao chegarmos, fomos direto para o museu. Bom, fica redundante eu falar sobre o museu de arqueologia de Alfredo Wagner, já que existem diversos textos (inclusive no blog da escola) que abordam o tema, então apenas ressaltarei alguns detalhes.
Da última vez que estive lá, no ano passado, também em visita com os alunos, estavam construindo outro prédio para o museu. Agora com ele já concluído, as peças arqueológicas para lá foram transferidas, como o espaço é bem mais amplo e moderno, creio que as peças irão receber ainda mais atenção dos visitantes. A casa do antigo museu (replica da casa onde Alfredo Wagner viveu) passou agora a abrigar apenas peças históricas e muitas fotos, que contam a história de nosso município. Em um dos cômodos, podemos encontrar algumas fotos das expedições realizadas pelo senhor Altair, muitas destas fotos me chamaram a atenção, ressalto duas: uma do fóssil de dinossauro, encontrado aqui em nosso município e outra de uma gruta, que lembra aquelas de filmes de aventura, com uma entrada pequena, medindo cerca de 60 centímetros e em seu interior galerias com mais de cinco metros de altura.
Ainda sobre o museu, gostei muito das explicações da senhora Maria Rufina, que esclareceu as dúvidas dos alunos e ainda fez questão de abrir o museu em uma terça-feira, dia em que habitualmente o museu permanece fechado. Eu sempre acho muito bom conversar com pessoas que gostam e entendem mesmo de história e senti isso ao conversar hoje com dona Maria Rufina.
Saindo de lá, fomos até a Gruta do Poço Certo. Não consigo descrever o espanto que tive ao lá chegar, primeiro pela beleza do lugar, aquela gruta cercada por árvores com a cachoeira, caprichosamente colocada ao seu lado. É uma visão maravilhosa. Paisagem digna de filmes. E o segundo motivo de meu espanto foi: COMO EU NUNCA ESTIVE AQUI ANTES? Bem se vê que muitas vezes não damos o devido valor para o que temos em casa. Para chegar até a gruta, descemos por uma trilha, que fica no meio da mata nativa, um caminho encantador, com as folhas caídas das árvores nos servindo como tapete, ar puro, o canto dos pássaros nos fazendo companhia e ao fim da jornada aquele cenário que nem parecia real, mas mesmo sendo assim, eu morando a menos de 30 quilômetros de distancia, não conhecia. Inaceitável.
Assim como eu, os alunos ficaram impressionados com a beleza do local, paramos para tirar algumas fotos, tanto com a cachoeira de fundo, quanto debaixo das rochas. Todos estavam estimulados para seguir a trilha, retornar a estrada e seguir a pé até a Fazenda Campinho. No caminho passamos por uma antiga serraria, que pertencia aos Althoff, que é basicamente o clã que habita a região do Poço Certo.
Nossa caminhada até a Fazenda Campinho foi um pouco maior do que esperávamos, mas lá chegando até esquecemo-nos do cansaço, o lugar é uma graça, aconchegante e cheio de atrativos, fomos recepcionados por dona Eunice, a proprietária do local, que com todos os alunos sentados ao seu redor relembrou os tempos nos quais ela também era professora, contou a eles um pouco sobre a história do local, falou sobre suas árvores nativas que produzem frutos deliciosos e nos indicou alguns passeios que deveríamos realizar antes de voltarmos ao colégio.
Seguindo a sugestão da dona Eunice fomos conhecer o mirante, que fica a uns 500 metros de onde almoçaríamos. Do mirante temos uma visão de 180º em direção ao Morro do Trombudo, dizem que em dias de tempo bom a visão é espetacular e acredito, pois mesmo com o tempo estando fechado e chuviscando a visão já foi bastante compensadora. Retornamos a casa e logo os alunos já estavam descendo de tirolesa e entretidos na sala de jogos. Almoçamos uma deliciosa comida feita em um fogão a lenha, não se ouvia um pio de ninguém durante o almoço, pois certamente estávamos todos com a boca ocupada deliciando-nos com o almoço da Fazenda Campinho. Após o almoço, exploramos a propriedade, que é repleta de belezas naturais e também cheia de detalhes, feitos pela mão do homem que nos chamam a atenção pela beleza.
Os meninos jogaram Bocha e nós fomos conhecer o parquinho, infelizmente, por experiência própria, não aconselho descer o escorregador em dias de chuva, ok!? Para a tarde, tínhamos um passeio por uma trilha até uma cachoeira, porém andamos um bocado e não a encontramos, o jeito foi retornar e o caminho de volta nos cansou um bocado.
Para completar nossa visita até a Lomba Alta, ainda fomos conhecer a Igreja, construída em fins da década de 60. Projetada pelo do Engº Altair Wagner, que também é o idealizador dos museus, o projeto da igreja foi doado à comunidade. Antes de retornarmos ao centro, fizemos um lanche e fotografamos algumas árvores do bosque que fica atrás do museu, para que os alunos pudessem usar as imagens nas aulas biologia.
Após a segunda visita do projeto, podemos notar que os alunos continuam bastante entusiasmados, empolgados, envolvidos e já se preparam para pesquisar os histórico e realizar a próxima visita de campo.
Nós, professores, também somos privilegiados podendo adentrar ainda mais profundamente na cultura e história de nosso município, despertando em nossos alunos o mesmo interesse que sentimos despertar em nós mesmos ao perceber o quão rica é nossa terra.
Professora: Carol Pereira
Professora: Carol Pereira
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