Por Eneida Paes Lima
Juliano Wagner
Carol Pereira
Data de Nascimento: 28 de novembro de 1871
Data de Falecimento: 20 de outubro de 1952
Alfredo Henrique Wagner nasceu no Sertão do Maruim, em 28 de novembro de 1871. Filho de Henrique Cristiano Wagner e de Maria Caetana Wagner ficou órfão aos cinco anos de idade. Criado por seus padrinhos e tios Manoel Estefano Koerich e Catarina Wagner Koerich, perto da ponte do Rio Maruim, município de São José e posteriormente em Garopaba. Alfredo frequentou a escola em Garopaba, revelando-se desde muito jovem um excelente aluno. Ao completar 18 anos, saiu da casa dos tios.
Certo dia, cuidando da venda de seus tios, enquanto tomava um delicioso café, avistou no outro lado da rua, na janela, uma moça, que por motivos políticos, Alfredo era proibido de namorar. Seus tios perceberam as trocas de olhares e, enfurecidos, retornaram à venda e avisaram Alfredo que após o café iriam conversar. Alfredo levou uma grande surra dos dois tios. Era o ano da proclamação da república. Os tios de Alfredo e os pais da moça eram grandes rivais políticos. Perante esta terrível atitude Alfredo fugiu de Garopaba e retornou a pé até Sertão do Maruim percorrendo exaustivos 96 km, passando por Paulo Lopes, Enseada de Brito e São José.
Era domingo quando chegou em São Pedro de Alcântara. Foi à domingueira na igreja Matriz da cidade e ali viu Júlia Freiberger - filha dos alemães: Peter Freiberger e Felisbina Schmitte - e a convidou para dançar. Neste dia iniciou-se um romance e nunca mais se separaram.
Sua tia Catarina foi a São Pedro e tentou trazê-lo de volta. Alfredo, ressentido, recusou veementemente retornar à cada dos tios. Foi em São Pedro de Alcântara que Alfredo aprendeu a profissão de sapateiro.
Em 1892, aos 21 anos, caminhou 94 km até Santa Tereza (Catuíra), antiga sede da Colônia Militar, levando apenas 400 réis e uma gaiola com um Sabiá Preto.
Na colônia trabalhou como sapateiro, seleiro, agricultor, pecuarista e escrivão do posto fiscal. Já em 1895, com 24 anos, depois de dois anos de árdua luta, retornou a São Pedro de Alcântara para buscar sua amada Julia já que havia conseguido condições financeiras para realizar seu tão sonhado matrimônio.
Sete de seus onze filhos nasceram em Catuíra.
Com a mudança do traçado da rodovia Lages/Florianópolis para a vila do Barracão, ocorrido em 1904, passando pela margem esquerda do Rio Águas Frias, Alfredo decidiu transferir seus negócios e sua residência para Lomba Alta. Alfredo Henrique Wagner, juntamente com Jakob Schweitzer, seu concunhado, e Guilherme Althoff, foram os fundadores de Lomba Alta - atualmente, lá se encontra o Museu de Arqueologia da cidade. Lá, ampliou seus negócios passando a trabalhar também como apicultor e madeireiro; fazia também o transporte de mercadorias entre a Serra e o Litoral em lombo de mula.
Desempenhou também copioso espírito altruísta e comunitário, tornando-se líder exemplar na região. Como capelão, viabilizou a construção de igreja e escola para a vila, doando área de terra além de objetos sacros. Foi um incansável trabalhador dedicando-se até os últimos anos de vida ao progresso no município que hoje leva seu nome.
Dona Júlia tinha um grande coração: abrigava e amparava todos os que viessem em sua casa, proferindo-lhes valiosos dizeres e ensinamentos sobre a fé em Deus. Quando seus netos iam visita-los, não os deixavam sair sem rezar. E sempre dava um chimiado (pão com mel e chimia), broa, ou algum doce.
Cada filho homem de Alfredo, ao completar 21 anos, recebia uma carroça com cinco animais emparelhados.
Alfredo Wagner era muito popular e bondoso, não distinguia rico do pobre, sempre recebia as pessoas muito bem e com cortesia. O casal recebia em sua mesa desde bispos, padres, juiz de direito até pessoas necessitadas e mendigos.
Alfredo Henrique era firme em suas ideias e propósitos e exigia seriedade, honra e justiça de seus familiares e de seus contemporâneos. Faleceu com 81 anos em 20 de outubro de 1952.
Em 21 de dezembro de 1961, o antigo distrito de Barracão torna-se cidade e passa a se chamar Alfredo Wagner, homenageando assim esse digníssimo homem que sempre lutou pela prosperidade de nossa terra!
Filhos de Alfredo Wagner:
Otilio Leandro Wagner
Alfredo Wagner Junior (Duca)
Tobias Isidoro Wagner
José Maria Wagner (Zezé)
Celso Marino Wagner
Ernesto Wagner
Petronilha Wagner
Alvina Wagner
Vergulina Joaquina Wagner
Rosa Emília Wagner
Maria Julia Wagner
Informações transmitidas ao longo dos anos por:
Juliano Wagner
Eneida Paes Lima
Ivone Iung Paes Lima
Ivone Iung Paes Lima
Alvina Wagner (in memorian)
Altair Wagner
Correções: Ana Paula Kretzer
Altair Wagner
Correções: Ana Paula Kretzer
Nenhum comentário:
Postar um comentário