segunda-feira, 22 de julho de 2013

Personalidades - Padre Alfons Hansenfratz


Por Carol Pereira

Data de Nascimento: 17/04/1935 – Sankt Wendel - Alemanha

Data de Falecimento: 18/07/1997 – Alfredo Wagner – Brasil

A história de nosso mais querido padre começa na Europa, para sermos mais exatos, na cidade de Sankt Wendel (São Vendelino) na Alemanha.
Aos quatro anos, o pequeno Alfons, viveu os horrores da 2ª Guerra mundial, a qual devastou toda a região da Alemanha onde ele e a família viviam. Seu pai e seu irmão mais velho - com apenas 12 anos - serviram ao exército. Ele, a mãe e a irmã mais nova passaram três anos vivendo em uma espécie de porão, um buraco na terra fechado por uma porta, chamado de “buncalo”. A família Hasenfratz sofreu com a guerra. O irmão mais velho de Alfons morreu de fome, em batalha. Seu pai era funcionário do Trem Federal da Alemanha, sendo assim, obrigado a servir ao exército. Após ser capturado pelos russos, teve a língua cortada, tendo que reaprender a falar quando voltou para casa. Poucos anos
mais tarde também faleceu em consequência dos ferimentos de guerra.  O jovem Alfons e sua irmã mais nova foram criados pela mãe que fez de tudo para educar bem os dois filhos. 
O Jovem Alfons sempre soube que tinha vocação para ser padre, desde criança sabia que queria ser ordenado e que através da igreja ajudaria muitas pessoas.
No seminário, apesar de ter muita facilidade com os instrumentos musicais não se dedicava muito a isso, tocando apenas a flauta e o pistão. A área que mais lhe interessava era a dos idiomas. Alfonso aprendeu ao longo da vida seis idiomas – Alemão, Inglês, Grego, Latim, Aramaico e já no Brasil, o Português.
Após ser ordenado padre, veio para o Brasil no ano de 1962, aos 26 anos de idade. A primeira cidade na qual Padre Alfons se estabeleceu foi Anitápolis, mas
lá enfrentou muitas dificuldades, principalmente por não compreender o idioma – português – já que Padre Alfons tentava se comunicar com a comunidade em Alemão. Saindo de lá passou ainda por algumas outras cidades como: Salete, Wirtmasum e uma breve passagem por São Paulo. Foi na cidade de Wirtmasum que Padre Alfonso começou a aprender nosso idioma. Ele teve como professora Valdemira Tenfem, que o ajudou a aprender o português.
Padre Alfons chegou na cidade de Alfredo Wagner no ano de 1973. A paróquia de Alfredo Wagner tinha a fama de que por aqui não permaneciam padres por longos períodos. Nos dez anos antes da chegada de Padre Alfonso tinham passado por nossa cidade doze padres. Porém, Padre Alfonso mudou isso, permanecendo aqui por 24 anos.

Ele e a comunidade se entrosaram muito bem. Sempre participativo, foi durante muitos anos mais do que um padre, um grande companheiro dos moradores de Alfredo Wagner. Sempre tendo a intenção de ajudar e fazer o bem para a cidade que adotou como sua.
Para homenagear sua cidade natal, após a separação da comunidade do Rio Engano, Padre Alfonso sugeriu que o nome da nova comunidade fosse São Vendelino. Ele encomendou a imagem a escultores de Treze Tilhas e presenteou a comunidade com a imagem do santo padroeiro.
De tempos em tempos Padre Alfonso voltava para a Alemanha e lá arrecadava fundos para melhorar a infraestrutura das capelas e também para ajudar as comunidades. Foi com o dinheiro arrecadado pelo padre que mais de dez pontes foram construídas entre o final da década de 70 e o início da década de 80 – entre elas as pontes de São Vendelino, algumas pontes no Caeté, Catuíra e Alto Limeira. Ele conseguia o dinheiro através de doações, organizando jogos de futebol beneficentes e também doando o salário que recebia como pároco na Alemanha, quando por lá em suas férias era contratado para celebrar algo.
Tanto na Alemanha como no Brasil, Padre Alfons tinha inúmeros amigos, principalmente nos jogos de futebol, o esporte que ele adorava. Buscava sempre unir a comunidade para que juntos a força fosse maior e a solidariedade pudesse acontecer.
Assim que adoeceu e foi se tratar na Alemanha, Padre Alfons tinha apenas um pedido: Morrer em Alfredo Wagner. Percebendo que o tratamento não faria efeito ele retornou ao Brasil e aqui junto de sua amada comunidade e de seus amigos  entre eles Valdemira - uma amiga de toda a vida, que esteve sempre ao seu lado, lhe ajudando não só com o idioma, mas também a fortalecer a fé do povo alfredense e a construir diversas obras que até os dias de hoje servem à comunidade – pode repousar em paz.
No dia 18 de Julho de 1997, o povo Alfredense de despediu dele. Uma Diabetes emocional matou aos 62 anos o alemão que amava Alfredo Wagner como se no lugar tivesse nascido. Seu corpo está enterrado ao lado do altar da matriz de nossa cidade e a lembrança de nosso eterno padre continua na memória de muitos alfredenses que com ele conviveram e aprenderam a fazer o bem.



Mais algumas obras com a contribuição de Padre Alfons:
Imagens de Igreja e das capelas;
Biblioteca do colégio;
Capela do estreito;
Reforma da casa paroquial;
Salão da paroquia.

Informações transmitidas por:
Valdemira Tenfem

Correções: Ana Paula Kretzer

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